Greve(s)

Hoje resolvi quebrar o "jejum" e escrever algumas linhas sobre a greve (ou melhor, as greves) na França.

1° Ato
Os protestos iniciaram quando o presidente (bata na madeira !) Nicolas Sarkozy propôs o fim do regime especial de aposentadorias após 37 anos de contribuição. Com isto, todos os trabalhadores seriam obrigados a contribuir 40 anos para se aposentar. Os ferroviários, principais beneficiários do regime especial, resolveram entrar em greve.

2° Ato
O governo francês propôs a implantação um plano de autonomia universitária, que daria às universidades autonomia orçamentária. Os estudantes dos cursos considerados “de menos prestígio” decidiram decretar greve e bloquear as universidades.

3° Ato
Os funcionários públicos decidiram protestar contra a defasagem dos salários. Um dia de protesto foi feito, e as organizações sindicais se articulam para dar início a uma greve em dezembro.

O Protagonista
Um dos protagonistas da crise, o presidente (bata na madeira !) Nicolas Sarkozy tem feito jogo duro, e recusa-se a retirar o projeto de reforma da previdência e de autonomia universitária. Ao longo dos últimos dias, Sarkozy tem se negado a fazer declarações sobre a crise que toma conta do país.

A Coadjuvante
A TF1, principal canal de televisão da França, que apoiou descaradamente Sarkozy durante as eleições presidenciais tem feito o seu papel. Todos os dias, nos dois tele-jornais as reportagens frisam “o sofrimento dos usuários que dependem do transporte coletivo e que trabalham 40 anos para se aposentar” e a “situação insuportável nas estações de trem”, enquanto os apresentadores fazem caras de insatisfação, com pinceladas de comentários descaradamente tendenciosos.

O Fim ?

Ao final desta manhã, alguns ferroviários decidiram retornar ao trabalho, e a greve dos transportes parece estar chegando ao fim.