15/01/2008

O Mito da Natalidade

Quando cursei o Ensino Médio (entre os anos de 1993 e 1995), aprendi que a França era um país “envelhecido” em função da baixa natalidade e da elevada expectativa de vida. Acredito que, assim como eu, boa parte das pessoas também já ouviu essa afirmação. Nas escolas isso vem sendo dito e repetido com o passar dos anos (ou estou enganado ?).

Quando cheguei aqui na França, pude comprovar o fato de este país ter uma elevada expectativa de vida: é grande a quantidade de velhinhos dirigindo, fazendo caminhadas nas montanhas, passeando nos museus, reunindo-se para jogar pétanque. Por outro lado, a grande quantidade de bebês, de carrinhos de bebês e de mães com ciranças ao redor não me deixava acreditar que a natalidade na França fosse tão baixa quanto diziam. E nesta semana, um estudo divulgado pelo Insee (Instituto Nacional de Estatística e Estudos Econômicos) comprovou a minha suspeita (e colocou por terra a teoria tão repetida nas escolas sem conhecimento de causa).

Segundo o Insee, a França possui hoje 63,8 milhões de habitantes. Em 2007, a taxa de fecundidade da França foi de 1,98 filhos por mulher, a mais alta da Europa. No ano de 2006, este valor chegou a 2 filhos por mulher, o maior valor registrado nos últimos 25 anos. Apesar desta redução observada no ano 2007, a França continua bem acima da média européia de 1,52 filhos por mulher.

A pesquisa do Insee traz outros dados interessantes. Os nascimentos de crianças de pais não casados corresponde atualmente a 50,5% dos nascimentos registrados no país. Uma explicação para isso foi a criação do PACS - Pacto Civil de Solidariedade, um registro que comprova uma união estável entre duas pessoas, sejam elas de sexos diferentes ou do mesmo sexo. Após a instituição do PACS, os casamentos na França estão em baixa.

Outros dados da pesquisa: a expectativa de vida aumentou em 3 meses, ou seja, um menino nascido em 2007 pode esperar viver até os 77,5 anos; uma menina pode esperar viver até os 84,4 anos. Por fim, um dado interessante: somente um quinto do crescimento populacional francês se deve à imigração (o que mostra que a questão da imigração não é tudo aquilo que o atual presidente prega).

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