31/03/2008

Nos Revoltemos com a Coisa Certa

Noite passada eu estava sem sono (foi a mudança para o horário de verão). Aproveitei o tempo ocioso para dar uma lida em um livro de história em quadrinhos chamado Zapata em Tempos de Guerra, que me foi emprestado por um amigo. O livro traz a história de uma cidade onde os habitantes chamam-se Zapata durante a guerra; um segundo livro da mesma série conta que os habitantes desta cidade chamam-se Gardunos durante a trégua (o segundo livro chama-se Gardunos em Tempos de Paz).


Os livros são muito bem desenhados, com roteiros interessantes e com boas doses de humor. Eles trazem uma reflexão sobre os efeitos indesejáveis desta Globalização, e de como pequenos movimentos sociais tentam na luta do dia a dia criar uma alternativa viável de desenvolvimento equitável e socialmente justo (os ditos movimentos "altermondialistes").

Apesar de interessante, a leitura do livro me deixou inquieto com uma coisa: como quase todos os livros, panfletos e discursos "altermondialistes", o livro traz embutida aquela idéia de que os brancos e ricos do Primeiro Mundo têm de ajudar os coitadinhos pobres e sudesenvolvidos do Terceiro Mundo. Não que eu seja contra ao fato de que os países desenvolvidos tenham obrigações com os países pobres, mas o que me incomoda é esta glamourização da pobreza alheia. Me incomoda ser visto como coitadinho. Me incomoda ver ONGs ditas humanitárias, cheias de europeus loirinhos e saudáveis batendo fotos com criancinhas africanas famintas no colo, pelo simples exotismo da coisa.


Mas já dizia aquele vídeo famoso na internet: "Mas a vida é uma caixinha de surpresas".

Ao acordar esta manhã, me deparei com a seguinte notícia no jornal 20 Minutes:


Tradução: "O brasileiro que poderia salvar a Arcelor"

A reportagem trata sobre o possível fechamento de parte de uma unidade siderúrgica do grupo Arcelor, localizada em Gandrange, no nordeste da França. O fechamento desta unidade acarretará a supressão de 595 empregos dos 1108 existentes. Sendo assim, o governo francês negocia a possibilidade do Grupo Gerdau assumir o controle desta unidade, garantindo então os 595 empregos em vias de supressão.

Fica a pergunta: Não é estranho ver o "Terceiro Mundo" tendo de ajudar o "Primeiro Mundo" ?

Nota do administrador do blog: Desculpa aí... foi mal (Sorry !/ Pardon !).

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